13 de mai. de 2012

Eu podia

dizer que está tudo bem, que vai ficar tudo bem. Mas não digo. Podia pensar também que um dia destes a vida iria trazer algo de bom e maravilhoso, mas não digo. Podia dizer também que os amigos que tenho são os que me vão acompanhar para o resto da vida, que as coisas quando são mais difíceis de obter sabem melhor, mas não digo. Podia dizer que o amanhã é sempre uma aventura, um capítulo novo, uma descoberta, podia mas não digo. Podia dizer que não tenho medo de ficar sozinho, que me sinto seguro como nunca, mas não digo. Podia dizer que tenho confiança para enfrentar este mundo e o outro, que nunca vou desistir de lutar e que a cada batalha estou sempre pronto para outra, mas não digo. Podia dizer que afinal os sonhos são o que nos comanda e quando deixam de haver sonhos é como um passeio no deserto sem nunca encontrarmos o tão desejado oásis, mas não digo. Podia dizer que a saudade não me dilacera, que a ausência não me atormenta, que o silêncio me assusta, que o medo não me assiste, que as forças não me falham, que não existe mais tristeza, mas não digo. Podia dizer que a felicidade é efémera, como o arco íris que desvanece num local sem fim, que afinal o amor não é tão importante quanto isso e que é mesmo uma doença que nos consome, podia mas não digo. Podemos sempre dizer tanta coisa.

2 comentários:

Me disse...

Gostei.
Também há muito que me calei em relação a certas coisas.
Descobri que, calada, vou acertando mais.

A. disse...

Nem mais.