21 de mar. de 2013

Cronologia

No final de 2011, terminou uma relação que há muito não tinha futuro. Consegui dizer cara a cara: já não te amo. Foi horrível. Precisei de muita coragem para que não restasse qualquer tipo de dúvida. Tentei da melhor forma explicar o que é deixar de amar.

No último dia de 2011 estourei um joelho, entre consultas, médicos, operações, baixas, dores, foi também muito mau. Foram quase oito meses nisto.

Em janeiro de 2012, apaixono-me por quem não devo. Já existia algo, mas sempre pensei que fosse impossível. Vivo em sonhos que não são meus, acredito no que não devo, partilho segredos, entrego tudo como sempre. Não o sei fazer de outra forma. Tenho duas semanas entre o céu e o inferno. O inferno ganha. Perco alguém que pensava que era para sempre.

Maio de 2012, sinto que volto a ser eu, encontro-me, já não me sinto perdido, volto a sorrir, não quero mais nada a não ser a minha felicidade. Alguém entra na minha vida de uma forma completamente inesperada, sem medo.

Penso que é desta, como no poker faço mais uma vez all-in, não tenho medo, olho para ela e tudo me diz que vai ser para sempre e, muito importante o mesmo me é dito por ela. Sem segredos caminhamos um às cavalitas do outro. Alternamos, estamos sempre lá. Um para o outro.

Agradece-se ao universo por tudo o que temos, pedem-se mais umas coisas e lá vamos nós, ao lado um do outro sempre. Dispostos a aturar toda e qualquer merda que nos apareça pelo caminho.

Com os seus altos e baixos o amor continua, tenta-se melhorar, agradar, compreender, ajustar. Porque é suposto ser assim não é?

Final de 2012, sinto que ela foge de mim, tento apertá-la o mais que consigo para que não se afaste, mas mesmo com todas as forças sinto que me escapa por entre os dedos. Fico perdido, com medo. Que mais há a fazer?

Já não somos um nós, as juras amor estão lá, o sentimento também, mas há algo de estranho, algo que não se explica mas que se sente. Pede-se calma, compreensão, razão, segurança, firmeza. Tenta-se dar o melhor que se pode e se consegue esperando que seja o suficiente para que a deixe de sentir a escapar-me pelos dedos.

Dizem-me que vou ser o último. E acredito.

Março 2013 encontro dois irmãos, perguntam-me se sou feliz, ao que respondo: sim sou, podem não me dar mais nada, mas não me tirem o que tenho.

Março 2013, o que seria para sempre já não o é. Pouco há a falar, eu digo que a amo, que estarei sempre lá. Ela responde: e eu a ti. Mas sai. As duvidas vão ficar para sempre, como é que se ama uma pessoa para depois não a querer na nossa vida?

Racionalizo o mais que posso e se calhar o que faltou foi a coragem para me dizer que já não me ama, que apesar de tudo o sentimento já não existe. É preciso coragem para partir o coração de alguém e acho que não a houve.

Março 2013, novamente o joelho em cacos e vão ser mais uns meses entre médicos, consultas, operações, baixas, falta de dinheiro, tudo outra vez.

A minha vida é isto, ciclos que por muito que tente não os consigo quebrar, são fortes, estão enraizados. Dizem para ter calma, dia a dia, não ser negativo, nem derrotista. Eu tento, juro que tento. Mas é fodido.

4 comentários:

S.o.l. disse...

A felicidade são momentos, todos os maus, tiveram também o seu lado bom, talvez por isso é que perdê-los te tenha custado tanto.
Dá cá a mão (se me for permitido), que já percebi que esse joelho também te está a dificultar os passos. Anda lá daí, que para cada queda existe um levantar, um reerguer, só não podes é desistir.

Um abraço sentido.

A. disse...

e custa, mesmo muito.

a minha mão vai em busca da tua e recebo o abraço com o maior dos carinhos.

Quanto a desistir, não consigo. Mesmo coxo.

Obrigado.

Anônimo disse...

Palhaço, so tenho uma coisa para te dizer:
Acredita em ti proprio! eu acredito!
Abraço

A. disse...

Não é fácil acreditar...mas sim que se acredite!

E para ti...é Sr. Palhaço :)