10 de mar. de 2015

A importância

de não usar o repeat. ontem ia no carro, como o faço n vezes durante mais uma semana de trabalho, um dia como os outros, levantar cedo, deitar tarde, fazer umas merdas pelo meio e voltar ao mesmo. no carro...no carro tenho sempre o rádio ligado, não faz sentido andar só por andar, preciso de companhia, preciso dos altifalantes a vibrarem, preciso de gritar músicas que sei de cor, de trás para a frente. e ontem, depois de dezenas de músicas, umas a seguir às outras, depois de gritos, de momentos livres e espontâneos, muda novamente a faixa, segundos de silêncio, começa a música que não devia de ter começado, ouvem-se os acordes que não se deviam de ouvir, a letra que se fez questão de esquecer, as batidas que já não deviam mexer comigo, o nó no estômago que não devia estar lá. mas estava. não consegui cantar, não consegui mudar a faixa, não consegui arranjar forma de bloquear o que estava a sentir, 1 minuto, 2 minutos, 3 minutos, 4 minutos e recordações que caminharam até mim em forma de anos. anos que foram meses, que foram dias, que foram horas, que foram segundos, segundos que foram sentidos como se fossem para sempre. o bom e o mau, ali tudo junto. quase no fim penso "vou por no repeat" temos este sentimento de masoquismo não temos? algo que nos puxa para um lugar do qual lutamos tanto para sair, mas que ainda assim, na primeira oportunidade baixamos a guarda e voltamos a esse lugar. a música está a terminar, 5s, 4s, 3s, não vou por no repeat, vou só ouvir uma vez mais, 2s, 1s, silêncio...muda a música...não carreguei no repeat, não quis voltar a sentir o que senti. deixei-a ir, e foi isso que senti, deixar a música ir, ela que vá. eu não quero repeats, eu não quero as mesmas músicas, eu não preciso das mesmas músicas, não sou feliz com repeats, com estes não sou. quero novas batidas, novas letras, novos sentimentos, novos estilos. desses repeats, não quero.

12 comentários:

S.o.l. disse...

Somos masoquistas sim! Somos tanto!
E eu cá não vou dizer que o tempo cura, que eu não acredito nisso. Cura sim, essas coisas que queres "as novas batidas, novas letras, novos sentimentos, novos estilos". E ainda assim, tem de ter uma fasquia bem alta para calar de vez as vozes que teimam em ouvir-se dentro de nós. E muitos dos que surgem na nossa vida, não são suficientes. Não chegam lá. Não superam. Ficam aquém das nossas expectativas mesmo sem ter culpa, apenas por houve um dia alguém que as nos elevou a expoente máximo.

Daniela disse...

Murro no estômago para mim. Podia (tanto) ter sido eu a escrever essas palavras, hoje mesmo.

A. disse...

@S.o.l. somos né? bem me parecia...e é mesmo isso, fasquia elevada, o tempo não cura, atenua. Mesmo isso.

@Daniela, sorry :(

Daniela disse...

Sorry? Não há cá razões para pedir desculpa! Está tudo bem :))

Mam'Zelle Moustache disse...

O que passou passou. Olhar em frente. Aproveitar o que aí vem.
Sim, eu sei, é fácil falar. Mesmo assim, não deixa de ser verdade. :)

A. disse...

é o melhor mesmo MAM :)

Mam'Zelle Moustache disse...

Mau... então o apóstrofo, perdeu-se pelo caminho, foi?
:p

A. disse...

Que falha...

MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM' MAM'

Em nome aqui do tasco, as minhas desculpas. :)

Mam'Zelle Moustache disse...

Desculpas aceites. Mas só mesmo porque escreveste o meu lindo nome vinte e quatro vezes seguidas.
Sortudo. :)

Mam'Zelle Moustache disse...

Toc? Toc? Toc?
;)

A. disse...

Tou cá MAM' tou cá! :))

Mam'Zelle Moustache disse...

Sendo assim, fico mais descansada.
;)