4 de mar. de 2012

Nunca é tarde

O nervosismo já se apoderara dele haviam muitas horas. A partir do momento em que soube que se iam reencontrar o nervoso miudinho não mais o deixou descansar.
Os minutos pareciam horas e as horas dias, o tempo agora não era seu amigo, tudo parecia arrastar-se de uma forma cruelmente lenta.

Naquela noite, o sono teimava em não aparecer, tentou fechar os olhos mas sem sucesso, tentou pensar em coisas banais mas o resultado não era o esperado. Então desistiu.
A pouco e pouco esperou pela hora de se levantar sem esperança de conseguir adormecer.
Depois de uma noite com pouco mais de um par de horas de sono levantou-se e sabia que aquela manhã não ia ser igual às outras.

Na cabeça dele não havia espaço para mais nada que não aquele reencontro, depois de tempo demais afastados voltavam a estar os dois juntos, no sítio e hora do costume (era assim que eles tinham combinado). Sentia que a chegada dela estava prestes a acontecer, sentia no seu peito algo a bater cada vez mais forte, a respiração era controlada mas a muito custo, sentia por vezes o seu corpo a tremer de ansiedade (finalmente pensou ele), quando a viu ali à sua frente.

E de repente, tudo começou novamente a fazer sentido, porque ela estava ali. Porque tinham finalmente decidido aparecer um ao outro. E como das outras vezes em que estiveram juntos, quando se abraçaram tudo à volta deixou de existir. Onde as únicas palavras trocadas foram: "Que saudades.". Um abraço, como os que costumam trocar sabe sempre a pouco, porque gostam de estar um com o outro, porque se sentem bem, porque apesar de tudo lhes sabe genuinamente bem.

Depois...depois recuperou-se aquilo que se pensava perdido. Os nervos foram acalmando, a ansiedade também. E voltaram a ser aquilo que eram. A conversa, as piadas, as brincadeiras, os gestos, o à vontade, a cumplicidade. Duas pessoas que conseguem ser tanto uma com a outra e que lhes sabe pela vida esses pequenos momentos que têm a sorte de poder partilhar.

Foi o recomeçar e soube bem? Muito.

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